sábado, 15 de outubro de 2011

DONA VERA

    Hoje conheci a Dona Vera, ela é morena, baixa, e tem um sorriso de três dentes. Hoje ela foi "passear" no shopping, se oferecer para lavar o chão, os pratos ou o vaso sanitário, em troca de duas latas de leite.Não conseguiu, sentou na minha mesa e me contou sua história.
    A Dona Vera é avó, de uma menina,  a Vitória. Ela nasceu com hidrocefália, já fez duas cirurgias e vai ser mandada essa madrugada para Curitiba, para fazer a terceira. E acontece que, ela precisa mandar pelo menos as fraldas e o leite para duas semanas de internação.
    Dona Vera não tem emprego, é viúva e sua filha tem 16 anos.Pra não passarem fome,ela carpe quintais, mas acontece que hoje amanheceu chovendo Eu ajudei a dona Vera, mas o nó na garganta permanece e a pergunta martela na minha cabeça: e se amanhã, e depois os dias amanhecerem chuvosos?
    É bem piegas, eu sei, mas mexe comigo. Logo eu que pensava que o mais dificil da vida era fazer uma monografia ...  

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Tão bonito

Não me lembro mais qual foi nosso começo. Sei que não começamos pelo começo. 
Já era amor antes de ser.

(Clarice Lispector)

sábado, 27 de agosto de 2011

Cobrar, amar...parar

Sentir, apenas sentir sem cobrar e esperar
Percebo que, talvez, amar assim se torne mas fatal do que o próprio amor banal
Ao invés de o outro eu acorrentar e torturar
Tornei-me subordinada do meu próprio sentimento...



*Poeminha tosco que doeu para refletir!

domingo, 7 de agosto de 2011

Se ao menos

não abrisse as portas da minha casa, como abri as da minha vida. Ah, seria tão mais fácil de esquecer.Malditos cômodos que me lembram você. Maldito cheiro de incenso que se impregnou em meu nariz, e não sai, não sai. 

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Contradição

Não sentir a vergonha de voltar aos 13 anos, dos "amassos" escondidos mergulhados no receio da tia da escola aparecer, os pais descobrirem. Das borboletas no estomago as inseguranças típica da  idade.
Se vestir de todas as armaduras mais resistentes, ser intransponível. Ao final, de cara lavada e sem a roupa perfeita. Perceber o riso sarcástico, de quem tem medo mas sabe que já está demasiadamente envolvida nos abraços.
Sentir sua voz, como o mantra que ativa os sentimentos adormecidos....

quinta-feira, 23 de junho de 2011

RESISTIR!

Se estou gorda, com o cabelo sem cor, é a tentativa de desviar-me do olhar que me empurra e coloca no lugar onde não consigo mais estar.
.Entreguei meu romantismo ao necrotério, e não quero ressuscitar
Meu bem, que seja pela brincadeira de egos, pelo prazer da carne
E não me olhe mais assim...
Eu hei de resistir.

domingo, 15 de maio de 2011

Mas há a vida

Mas há a vida
que é para ser
intensamente vivida,
há o amor.
Que tem que ser vivido
até a última gota.
Sem nenhum medo.
Não mata. 


 Clarice Lispector

segunda-feira, 21 de março de 2011

Depois

Senti delicadamente  soprar a escuridão, surgiam nítidos  e consoladores, seus olhos frescos e  azuis, como o vento das manhãs e nesse instante a densidade do corpo repousava, enquanto o levissímo e cintilante ser flutuava, nadava, voava e sorria.Brincavamos onde a tempestade não chegava, a música era a graciosa sinfônia dos pressentimentos felizes.Nenhum pecado, nenhum segredo,eramos crianças.
O sol tocava com um beijo em meu rosto e tudo havia passado, o cansaço, o sono e o sonho e se fazia um novo amanhecer em meu coração.
 Inspirada em Hermann Hesse, organizado pelos pequeninos sentimentos antes desconhecidos e dedicado maravilhosamente à você: Clarice.                         
Te amo.

Antes

Um terrivelmente, cinzento e carregado outono se alojara em meu coração; os dias pareciam um desenrolar de tormentos, às horas eram lentas, como se á séculos o sol tivesse contornado o horizonte para que eu nunca mais pudesse vê-lo. Tudo era inutil, aborrecedor e incrivelmente triste;|às vezes acreditava-se prisioneira, acorrentada em um pesadelo e para cada refugio que buscasse, surgia uma densa e áspera parede à me impedir o caminho.As noites eram a personificação da própria solidão,senhora de uma vazio escurecido, compenetrada por uma escuridão que esvaziava todo e qualquer sentimento de existir,fundido a uma silêncio aterrador que me abraçava como se meus próprios braços o fizessem, me agarrando para o sono não passar. As horas de insônia iam tragando toda a vida, toda a beleza e todo brilho do meu existir, o esgotamento se dilatou indefinidamente, a tarde chuvosa, o cansaço do trabalho e todas as preocupações de tantos desejos, de tanto orgulho, de tantas vaidades se embaralhavam em minha cabeça de tal modo que não podia responder pelas tarefas mais triviais.Então, assim, de qualquer maneira me atirava na cama como uma queda. Nessa altura, todos os invernos pareciam ter me alcançado e finalmente adormecia.Tudo era uma enorme luz sem forma. 

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Pra não dizer que não falei adeus

Se sinto sua falta? Sei lá. Sejamos sinceros: já começamos errado, não havia outra forma de acabar. Sobrou tanta falta, tanta incompatibilidade, mas não tem como negar foi bom também. Bom daquele jeito que só eu e você entendemos. Tentamos e não podemos nos esquecer disso. O que ficou foram os espinhos trocados, os domingos a tarde, e a gostosa sensação de ver em dois pequenos olhos o melhor de mim e de você. 
Powered By Blogger