domingo, 28 de novembro de 2010

Púrpura

E acreditar que a dor do amor
Sobe pro céu e vai 
Se espalhar no ar
Da cor que quer continuar
Nos olhos, mesmo invisível

terça-feira, 9 de novembro de 2010

para as minhas crianças.

E cada passo em falso que dou, um suspiro no coração.  Meu Deus, seria tão fácil, não querer lidar, trabalhar, compartilhar, ou seja o que for, com pessoas!Cada vez que eu me perco na vontade, penso: a tanto faz passo uma atividade e pronto, me vem aquela menina lá no fundo, me olha como quem diz:e aí professora o que vai ensinar hoje?E ela nem sabe, que eu não ensino nada. Nem o marido que ela vai ter um dia vai ensinar, nem o serviço, nem a universidade, nem a vida. A verdade é que a gente passa a vida pensando que vai aprender alguma coisa.E a propósito eu nunca aprendi nada, me pego agora pensando errado que estou aprendendo a ser mãe, doce ilusão!Estou vivendo, e só. Eu não tenho as respostas.

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Ontem não teve

aula na escola. O silêncio por toda a tarde tomou conta dos corredores, salas, corações Havia um nada,que fazia doer. As crianças bagunceiras e irritantes me faziam até falta. Aonde estavam os meninos correndo, se estapeando, se chingando?  Aonde eu estava? Aonde estava tudo, tudo o que sempre acontecia?
   Uma criança, 11 anos, uns dos poucos que me faziam acreditar que valia a pena. Corrigi sua prova agora pouco, tirou a nota integral, não que isso seja muita coisa.Mas é o que me coloca na história, como a professora que conviveu pouco e nem percebeu o que seus olhos desesperados diziam.
      Um bom menino.Mas que não viram, não ouviram.Que eu não vi.

domingo, 12 de setembro de 2010

Ah...pro inferno com tanta baboseira!

Faz tanto tempo que não apareço por aqui,  pensei até em postar algo sobre minha alegria deliciosa de ser mãe, de ter agora uma razão mais gostosa e palpável para viver. Pensei mesmo em escrever poemas, textos alegres, palavras bonitas. Mas acontece que é foda ter que admitir, mas a gente só acaba postando mesmo quando tá triste, angustiado, estressado, de saco cheio. Quando se está feliz, o dia passa tão rápido que você nem lembra de vir até o computador.
Pois então, hoje é um desses dias de porre...Domingo a tarde, sol lá fora, e você lendo horas e horas artigos acadêmicos sobre livros didáticos, escolas, alunos.Os textos são meio chatos, sim é verdade. O povo tem medo de assumir, mas os textos são chatos sim! Sejamos sinceros.
Mas o que realmente estressa não é a linguagem acadêmica, ou as teorias complicadas, o que revolta mesmo é perceber que no fundo tudo parece tão abstrato.Ou vai dizer que quando você chega na escola, todo empolgado com seus conhecimentos históricos, com sua pedagogia (e blá, blá, blá )pra dar uma aula no mínimo diferenciada , e percebe que a escola em que você está não é aquela que o artigo mostrava, que os alunos não são aqueles felizes e bem alimentados e que todo o resto não se encaixa em nada que você leu, você também não fica puto da cara?
Ah quer saber pro inferno com toda essa baboseira! E quem sabe, algum professor  me diz, o que eu faço quando meus alunos se preocupam mais com a merenda da escola, do que com qualquer outra coisa que esteja nela.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Quase perda.

E como o tempo demora tanto a  passar
comecei a falar com as paredes, 
cinzas do quarto de hospital.
Elas me gritavam a melancolia escondida 
das dores de outras pessoas...
Mais uma vez senti o medo me subir pela espinha,
medo de perder o que ainda não tenho,
o que ainda não vi, nem toquei.
E  que mesmo assim me pertence tanto,
do inicio até o fim.
O que mais surpreende,
é que perante a simples hipótese da morte,
tudo o que era importante, 
encolhe até quase desaparecer...
E o presente ganha uma presença 
que nunca teve antes.
O sentido da vida,
 se dependura no sentido da morte.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Eu Que NãO Amo Você


Eu que não fumo queria um cigarro
Eu que não amo você
Envelheci dez anos ou mais nesse último mês

Senti saudade, vontade de voltar
Fazer a coisa certa: aqui é o meu lugar
Mas, sabe como é difícil encontrar
A palavra certa, a hora certa de voltar
A porta aberta, a hora certa de chegar

Eu que não fumo queria um cigarro
Eu que não amo você
Envelheci dez anos ou mais nesse último mês

Eu que não bebo pedi um conhaque pra enfrentar o inverno
Que entra pela porta que você deixou aberta ao sair
O certo é que eu dancei sem querer dançar
Agora já nem sei qual é o meu lugar
Dia e noite sem parar procurei sem encontrar
A palavra certa, a hora certa de voltar
A porta aberta, a hora certa de chegar

Eu que não fumo queria um cigarro
Eu que não amo você
Envelheci dez anos ou mais nesse último mês
Eu que não bebo pedi um conhaque pra enfrentar o inverno
Que entra pela porta que você deixou aberta ao sair

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Conclusão...


E quando vc já não sai mais para as baladas mais badaladas, não tem o mesmo corpo fisico, não tem mais a ousadia de beber até cair, não pode mais madrugar por aí, as pessoas somem. Você realmente percebe que as relações humanas sempre são intencionais, e todo aquele papo de "somos amigos, haja o que houver", não passa de uma balela. O bom é que assim você descobre que no fim, você só tem a você mesmo, e as poucas pessoas que realmente gostam de você pelo que você é, e não pelo que pode ser em uma festa ou outra.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Inesperado


As últimas semanas me fizeram enxergar
que mesmo quando se planeja
cada traço para seguir o futuro,
vem a vida,
o cosmos?
Deus?
o destino?
e desenha outras realidades pra se viver.

Não vou negar que isso me assusta
dá medo mesmo,
mas o que se há de fazer?

E se no meu ventre agora pulsa uma nova
expectativa
vida
ser
Que me julguem,
exaltem
difamem...

Que não me falte saúde e nem força pra continuar
porque sinto que depois de muito tempo
estou fazendo o certo dessa vez...

E do mais?
que a (nova) vida me surpreenda.
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