quarta-feira, 26 de maio de 2010

Quase perda.

E como o tempo demora tanto a  passar
comecei a falar com as paredes, 
cinzas do quarto de hospital.
Elas me gritavam a melancolia escondida 
das dores de outras pessoas...
Mais uma vez senti o medo me subir pela espinha,
medo de perder o que ainda não tenho,
o que ainda não vi, nem toquei.
E  que mesmo assim me pertence tanto,
do inicio até o fim.
O que mais surpreende,
é que perante a simples hipótese da morte,
tudo o que era importante, 
encolhe até quase desaparecer...
E o presente ganha uma presença 
que nunca teve antes.
O sentido da vida,
 se dependura no sentido da morte.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Eu Que NãO Amo Você


Eu que não fumo queria um cigarro
Eu que não amo você
Envelheci dez anos ou mais nesse último mês

Senti saudade, vontade de voltar
Fazer a coisa certa: aqui é o meu lugar
Mas, sabe como é difícil encontrar
A palavra certa, a hora certa de voltar
A porta aberta, a hora certa de chegar

Eu que não fumo queria um cigarro
Eu que não amo você
Envelheci dez anos ou mais nesse último mês

Eu que não bebo pedi um conhaque pra enfrentar o inverno
Que entra pela porta que você deixou aberta ao sair
O certo é que eu dancei sem querer dançar
Agora já nem sei qual é o meu lugar
Dia e noite sem parar procurei sem encontrar
A palavra certa, a hora certa de voltar
A porta aberta, a hora certa de chegar

Eu que não fumo queria um cigarro
Eu que não amo você
Envelheci dez anos ou mais nesse último mês
Eu que não bebo pedi um conhaque pra enfrentar o inverno
Que entra pela porta que você deixou aberta ao sair
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